"Lugar de brasileiro é na favela", "Escória", "Fora latinos". As frases foram exibidas ontem por cidadãos norte-americanos durante um protesto em Riverside, uma cidadezinha de 8.500 habitantes que fica a 170 km de Nova York. Lá, informa a "Folha" de hoje, desde 26 de julho é crime dar emprego a imigrantes ilegais - só de brasileiros, havia uns 2 mil por lá. As ofensas doem, nos machucam. Não estávamos acostumados a esse tipo de tratamento - também não estávamos acostumados a exportar gente, antigamente éramos importadores de mão-de-obra, destino de muitos sonhos. Hoje exportamos jogadores de futebol, putas, travestis, doutores e trabalhadores braçais - o paraíso fica longe daqui.
Deixando um pouco de lado nossas mazelas, não deixa de ser chocante como a humanidade não aprende, como a idiotice nos fascina. Milicianos de Riverside - a boa e pacata gente de Riverside, alguma rádio local deve falar isso -, catam brazucas nas ruas, armados de espingardas e bastões de beisebol. Lembra um pouco a porradaria contra os negros, há alguns anos, lá mesmo nos EUA, não? Lembra também - por que não? - a perseguição a judeus, homossexuais, ciganos durante o nazismo. Talvez no lugar da estrela amarela e do triângulo rosa nossos patrícios tenham que andar com um distintivo em forma de tamborim nas ruas destas cidadezinhas dos Estados Unidos.
21 de agosto de 2006
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