22 de junho de 2006
Coisas da vida, Zico
Leio no blog do Tiago Petrik - www.nominimo.com.br - que o Zico, em uma conversa com ele, reclamou de tudo ao justificar a até aqui lamentável campanha do seu time: falou dos juízes, da falta de 'camisa' do Japão, do horário do jogos, da Fifa (não se referiu ao excesso de pólen no ar alemão, deve ter guardado isso para a próxima entrevista). Com todo o respeito pelo ex-jogador: a vida é assim, meio injusta. Por isso que gostamos tanto de futebol, um esporte em que nem sempre o melhor vence. As zebras ocorrem muito mais no futebol do que em outros esportes; na vida também é assim. Chororô pega mal, principalmente para um cara que teve uma carreira vitoriosa, pelo menos naquele time da Gávea. Nem sempre juízes erram de forma consciente, proposital. Eles também erram por errar, como jogadores de futebol, como médicos, como jornalistas. Insinuar que a Fifa não tem interesse no mercado japonês é risível. Em 78, 82 e 86 todos torcemos para o Zico repetir na seleção o futebol que jogava com a camisa rubro-negra. Ele teve alguns bons momentos em 82 e, mesmo, em 86 (aquele belíssimo passe para o Branco, no jogo contra a França). Mas não foi o Zico que esperávamos ver. É da vida: Fontana, Dario e Gilmar (terceiro goleiro em 94) foram campeões do mundo; Zizinho, Zico e Falcão, não. E vida que segue, como diria o botafoguense João Saldanha - o mesmo que afirmava: quem reclama, já perdeu.
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