24 de março de 2008

Vá lá


"Não estou lá", o filme sobre a(s) vida(s) de Bob Dylan é imperdível: pra quem é fã do cara e/ou gosta de cinema. Acho quase impossível alguém gostar mais ou menos do longa: é pra aplaudir de pé ou pra sair correndo da sala. Eu fiquei com a primeira opção, dando vivas à ousadia do diretor - Todd Haynes -, que foi tão radical quanto Dylan. Ele sacou que a história do cantor não é linear, seria difícil contá-la da maneira tradicional. Então, dividiu a vida de Dylan em vários pedaços e delegou a tarefa de interpretá-los a seis atores (um deles, uma atriz, a espetacular Cate Blanchett). Do mosaico, de uma montagem aparentemente - e só aparentemente - caótica, surge a figura multifacetada do cantor. De quebra, tem talvez a melhor cena de sexo dos últimos anos. Cena que frustrará voyeurs: "Pô, não mostra nada!", reclamarão. Pois: não mostra, mas revela.