Pode parecer implicância, mas, nesta madrugada, quando a Beija-Flor passou, fiquei com a impressão de já ter visto aquele desfile. As fantasias (muitas penas, muito índio), os carros alegóricos (igualmente penugentos), o samba-enredo: a melodia, o refrão, os versos cheios de palavras e nomes incomuns, tudo lembrava carnavais passados.
Fui então dar uma olhada nos sambas apresentados pela escola nos últimos anos. A seguir, trechos misturados das letras:
Os cunanis, aristés, maracás
A luz que vem de Daomé, reino de Dan
É jeje, é jeje, é querebentã
na “yvy maraey” aiê... povo de fé.
Maués, Anauê cultura milenar
com tubichá e o feitiço de crué
Anauê, Manaus, Mamirauá.
Até pensei num samba para 2009. Algo como:
Assum anê, pondé querê
Mutum cauê:
cereco e tanta.
Teteco alê, surubantê...
Ô dinguelê, mestre de bamba.
O que quer dizer isso? Sei lá, mas fica aí uma contribuição mangueirense para a competente escola de Nilópolis.
5 de fevereiro de 2008
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2 comentários:
Não foi impressão. É igual.
Quando tiver tempo, dá uma olhada no que acho em http://www.tudodesamba.com.br/conteudo.asp?id=735.
Abraço!
Fui lá, muito bom seu artigo (de certa forma, o Joaquim, no Globo de hoje, vai na mesma linha). Mas, apesar de tudo, continuo acreditando numa certa lógica de sobrevivência do desfile. Em meados dos anos 70,a Beija-Flor já foi considerada imbatível, assim como a Imperatriz, anos depois. A Mangueira, no início dos anos 80, também foi hegemônica. Todos esses modelos foram sendo superados. A mesmice não é boa pra ninguém. O problema é que a Beija-Flor é boa na pista e também no tapetão, o que complica as coisas - os jurados parecem ter medo de tirar pontos da escola. Mas 2009 se anuncia promissor: Salgueiro, Portela, Imperatriz e Mociedade deram uma renascida; o Império virá animado e a Mangueirá há de tomar juízo.
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