O amigo, botafoguense e grande cardiologista Marcelo Assad me mandou o texto abaixo, que também aborda o comportamento do Souza, atacante do Flamengo. Por falar nisso, boa a atitude do Kléber Leite, vice de futebol do Flamengo, de ligar para o Bebeto de Freitas, presidente do Botafogo. É hora de baixar a bola e impedir que a tensão - agravada pelo gesto irresponsável do Souza - complique ainda mais a relação entre as duas torcidas. Sensatez nunca é demais, né?
Por via das dúvidas, acho que vou passar a ficar ao lado do Marcelo nos jogos do Botafogo. Pode ser útil ter um cardiologista por perto...
A cena patética e infeliz estampada na primeira página do Globo, retrata a irresponsabilidade, ausência de profissionalismo e respeito,de um pseudo "profissional" da arte da bola. Não podemos esperar que o Souza tenha a percepção e a sensibilidade para captar as consequências de sua grosseira e infantil atitude, muito própria dos campos de várzea ou do aterro do flamengo. Esperamos que pessoas ligadas ao Flamengo, portadoras de maior discernimento e entendimento, possam orientar este rapaz, que vêm se protagonizando por agressões físicas e morais à colegas de profissão e a torcedores que contribuem para seu desproporcional e exagerado salário. Até admitimos que ele lance mão de artifícios para sobressair e aparecer, já que não será por sua qualidade ou capacidade profissional que alcançará êxito nesta empreitada. Reflitamos se algum craque do passado como: Nilton Santos, Garrincha, Pelé, Tostão, Gérson, Zico, Falcão ou Roberto Dinamite agiram em algum momento com tamanha imbecilidade. O que nos conforta é ter a certeza que jogadores assim, não representam nada e que num curto espaço de tempo, ninguém mais se lembrará deste nome.A rivalidade entre os clubes sempre existiu e sempre existirá, mas que se mantenha no patamar do amor, da torcida ao seu clube e que não tenha a contribuição dos profissionais para que a violência e a insensatez imperem.
Marcelo Assad
Rio de Janeiro
29 de fevereiro de 2008
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Um comentário:
Ainda tentando acalmar os ânimos e querendo estimular um pouco o bom humor desse povo hidrófobo, faço minhas as palavras do grande XICO SÁ. Aproveitem. Separei dos blocos alguns trechos para os mais preguiçosos. Abre aspas
"Se chorei ou se sorri...
Triste de quem já perdeu tanto o humor como a capacidade original do derramar-se em lágrimas
AMIGO TORCEDOR , amigo secador, a alegria é a prova dos nove, como disse o pai do nosso "broder" Serafim Ponte Grande, poeta da malícia carnal e da arte de não perder tempo com babados metafísicos. Ora, babados metafísicos de quinta, como me explicou o Abelha, mestre lá da rua Javari e arredores,
são aqueles enfados e mumunhas de quem apenas chora, reclama e põe a vida numa condição de seriedade que ela não merece, de quem fica a mascar o jiló da existência como se dali fosse tirar alguma lição ou tese.
Esquece, da vida nada se leva a não ser o amor dos amigos, como vi numa película na qual o camarada estava na cadeia e com um urubu nas costas, pousado de verdade na sua sorte, filme do amigo Frank Capra, pelo que me lembro e restou na memória carcomida que teima contra o Google até os 47 do segundo tempo.
Falou e disse, Mr. Abelha, no que o camarada Paulo Cesar Campos Viejo, vulgarmente conhecido como Peréio, ali na beirada do mesmo pano verde da Liberdade, preparou o taco com raro giz italiano e mandou, de trivela, cenho reflexivo:
""No futebol prefiro uma boa choradeira a essa alegria tola e idiota".
O pior, amigo, é que a vida ficou tão mesquinha que até parece proibido tanto uma coisa como a outra.
Como se tanto a galhofa quanto o choro fossem motivos para fogueiras inquisitoriais.
Triste de quem já perdeu tanto o humor esculhambado como a capacidade original do derramar-se em lágrimas e xingar até a parteira, poxa, pela inconveniência de haver nascido. Repare no Flamengo 2 x 1 Botafogo, jogo que teima em não perder-se de vista, daqueles que não acabam nunca no gramado ralo do campinho de várzea do cocuruto. Teremos mais pelos menos dez Flas x Botas que nada mais serão que a continuação desse embate, como os terceiros turnos eleitorais que se arrastam nas tribunas de Roma ou Brasília.
Repare que o Souza, o avante rubro-negro, fez o gol do seu time anteontem e ainda estava com o espírito voltado para a justa choradeira alvinegra. Nem o escriba Pablo Melgar, peruano de Cuzco que habita estas plagas bandeirantes, doente pelo Cienciano e por Johnny Cash, sobre quem fez belo livro da Mojobooks, entendeu direito a ""buena onda".
O Souza, como vimos, comemorou o gol imitando a tragédia dos botafoguenses, não estava nem aí se valia Libertadores, o que é uma Libertadores diante do que ocorrera no Maracanã três dias atrás? Nada. Rebobina o épico, rapaz, e verás que ganhar a vizinha gostosa vale por dez Penélopes Cruzes ou 20 loiras do Oscar. A maioria dos times do tal torneio continental não ganharia uma na Baixada Melancólica ou nos Aflitos. Rivalidade e paixão é na aldeia, o resto é cosmopolitismo de jeca travestido em moderno.
Ora, lindo, lindo, lindo que os homens chorem pelos seus times, mesmo com a fraqueza de pôr a culpa em terceiros, juizes, por exemplo,
mas também extraordinário que venha um Souza da vida e faça o seu teatro.
ESSA É A GRAÇA, AMIGO, CHEGA DE MORALIZAR ESSAS PENDENGAS. A graça é essa, amigo, o resto é aquela selvageria de homens que gostam tanto de homens que mal vêem a partida e já vão se pegar, a pau, pedra e até armas de fogo, na frente dos estádios."
Muito bom ver queo Molica está recuperando o bom senso e o bom humor ao levar na esportiva a musiquinha do chororô. Só falta não tomar a brincadeira do Souza como blasfêmia e ultraje à honra. Como alguém bem lembrou hoje, Manguinha costumava dizer que jogo com o Flamengo era "bicho certo" e nem por isso o mundo acabou ou impediu o Flamengo de dar a volta por cima e se apropriar da máxima do goleirão.
E segue a campanha: quero o meu vice de volta. O Vascoooo!!!!!!
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